Junho é o mês do verão, dos dias longos e quentes e das noites curtas. É também o mês em que se celebram os Santos Populares, com festas e arraiais por todo o país em honra de Santo António, São João e São Pedro.
Santos Populares: uma história
As raízes das festas dos Santos Populares perdem-se no tempo, remontando à era pagã, quando as celebrações de junho marcavam a chegada do solstício de verão. Estas festas simbolizavam a fertilidade da natureza, reunindo comunidades que pediam colheitas fartas e boas.
Na Europa, pré-cristã, o início da nova estação era celebrado com grandes fogueiras, cânticos, danças e muita alegria, como forma de celebrar a vida e as colheitas.
As festividades também serviam para afastar as bruxas e os maus espíritos, recolher ervas medicinas e realizar rituais de fertilidade. Com a ascensão do Cristianismo, a Igreja transformou estas tradições pagãs em celebrações cristãs, dando origem aos Santos Populares. Apesar da cristianização das festas, muitos elementos e significados pagãos persistiram, resultando numa simbiose entre as duas tradições.
As tradições dos Santos Populares
Em Portugal, as principais celebrações destas festas ocorrem nos dias 13, 24 e 29 de junho, dedicados a Santo António, São João e São Pedro, respetivamente.
Estas festas, ricas em tradições e transmitidas de geração em geração, são uma parte fundamental do património cultural imaterial português. Entre os elementos tradicionais, destacam-se os manjericos, os martelos, as marchas e bailaricos, as sardinhas e as danças.
Marchas Populares
As marchas populares de Lisboa, que se iniciaram em 1932, são um concurso histórico realizado anualmente.
É um evento exclusivo de Lisboa, e grupos de diversos bairros da cidade juntam-se e desfilam pela Avenida da Liberdade. As marchas populares de Lisboa surgiram a propósito de um desafio, à qual existia uma certa necessidade em captar a atenção dos lisboetas. Então, diversos grupos juntaram-se e inspirando-se em costumes ou características dos bairros, elaboram a sua marcha, a sua música e o seu traje.
Os martelos de São João
Na noite de São João, o que não pode faltar são os martelinhos, que quer sejam pequenos ou grandes, são o verdadeiro símbolo da festa.
Os martelos foram criados em 1963 pelo industrial Manuel António e pretendiam servir como brinquedo.
No entanto, para animar a Queima das Fitas do Porto, o industrial sugeriu a utilização do martelo. O sucesso foi tanto, que rapidamente se transformou no objetivo favorito da população portuense nas festas populares.
Manjericos
O manjerico é a planta dos apaixonados, daqueles que vivem por amor.
Esta planta aromática é da família do manjericão, e sempre foi muito usada por diversos povos. Por exemplo, na Grécia a planta é colocada à entrada de casa e é uma alegoria de boas-vindas, já na Índia, a planta é medicinal e muito acarinhada pelo povo. Em Portugal, o manjerico está associado à tradição da festa do santo casamenteiro: Santo António.
Diz a tradição que se deve oferecer um manjerico à pessoa amada e ela deve cuidar da planta até ao dia 13 de junho do ano seguinte. Esta oferta, em tempos, já significou um pedido de casamento. Para complementar ainda mais o manjerico e tornar a sua oferta mais especial, pode-se oferecer com uma quadra de amor.
Outras tradições
O que também não pode faltar nas festas populares portuguesas é a deliciosa sardinha no pão, as bifanas, os bailaricos e músicas divertidas. Porque em junho todos os dias são de festa.
Santos Populares em Lisboa
Alma feminina viajante, se estás a planear visitar Lisboa nesta época, não podes deixar de viver a tradição. Insere-te num arraial, sente a magia e vive a tradição dos santos populares em Lisboa.
As ruas são iluminadas, o cheiro da sardinha inunda o lugar, as músicas típicas e as pessoas alegres fazem a festa. A seguir, sugiro alguns arraiais imperdíveis:
Arraial de São Miguel
Em Alfama, a animação não faltará. Até ao dia 29 de junho podes desfrutar das festas típicas no bairro mais antigo de Lisboa com muita música popular ao vivo.
Arraial da Misericórdia
No Bairro Alto, em especial no Miradouro de São Pedro de Alcântara, a alegria dá cor ao lugar.
Para celebrar esta festa, estão no programa 12 artistas portuguesas, e o fado ali ganhará palco com uma homenagem à rainha do fado português: Amália Rodrigues.
A gastronomia típica da festa não faltará e é o lugar ideal para te divertires. Vê aqui o programa do arraial.
Arraial da Praça da Alegria
Esta é uma das zonas mais tranquilas de Lisboa, e um verdadeiro refúgio. Até ao dia 16 de junho, poderás desfrutar de música ao vivo e muita animação.
A festa é todos os dias, das 12 horas até às 22 horas, às sextas, sábados e véspera de feriado até às 00h horas. No feriado de Santo António, dia 13 de junho, a festa prolonga até à 01 horas da manhã. Não vais querer perder esta festa lisboeta.
Arraial de Alvalade
Se procuras uma festa popular mais tranquila, sugiro o arraial do Bairro de Alvalade. As tradicionais sardinhas assadas e muitos outros petiscos constam no menu, e são acompanhadas por música ao vivo, onde podes dar um pezinho de dança.
Alguns conselhos, mulher viajante
Estes arraiais são o sinónimo de muita diversão e, ao mesmo tempo, multidões. Na verdade, não existem Santos Populares sem multidões.
Sendo uma alma feminina viajante, é importante aceitares que irás estar no meio de muita gente. Porém, podes sempre experienciar festas que se situam fora do coração de Lisboa e dos bairros típicos, como o Arraial de Alvalade.
Outro conselho que deves ter em conta é a questão do dinheiro. Toma nota que muitas caixas de multibanco podem ficar rapidamente sem dinheiro, e ainda que haja a possibilidade de pagamento por Mbway, este não é muito garantido. Por isso, leva algum dinheiro e trocos.
Menos é mais…
Quando menos coisas levares, mais segura estarás. Leva apenas uma pequena bolsa que ande sempre junta a ti e leva apenas o essencial. Tem em atenção os pequenos furtos que podem ocorrer e toma em consideração aquelas bolsas de peito.
Por fim, só te posso aconselhar que te divirtas muito, convivas com amigos ou família, ou até mesmo com pessoas desconhecidas.
Qual seja a tua opção, opta sempre por te divertires alma feminina viajante.
Precisas de um suporte extra?
A pensar em ti e na tua visita a Lisboa, criei um ebook que te oferece as ferramentas e bases para conheceres a cidade de forma independente, tranquila e serena.
O guia de viagem em Lisboa é gratuito e é composto por informação que te oferece sugestões de restaurantes, museus a visitar ou zonas seguras para te hospedares, mulher viajante. Podes fazer o download gratuito aqui.
Alguma questão, não hesites em enviar-me uma mensagem.
Até breve!
Comments